sexta-feira, 28 de março de 2008

Sobre Ele Ser Amigo Dela Sem Ser seu Cabeleireiro...

“Me cansé de ser
tu hermano mayor

tu mejor amigo

tu socio, tu confesor


Me cansé de ser
experto en el amor

que sentías por otros

otros que no eran yo”

(Jarabe de Palo)




Falar (sofrer) sobre amizade ele-ela é algo do inconsciente coletivo, geralmente acompanhado da frase: “amigo de mulher é cabeleireiro”. E como essa, outras frases são diariamente criadas para tentar generalizar o que pode verdadeiramente ocorrer entre um contato muito próximo entre um homem e uma mulher. A última que ouvi –e uma das cômicas- foi que “amizade entre homem e mulher ou dá em briga ou em bucho”.
Até onde a amizade simples e pura pode ir? E aqueles malditos contatos físicos despretenciosos? Por que arriscar mais com aquela pessoa que conhecemos há pouco mais de dois dias do que com aquele que sempre esteve ao nosso lado, fazendo nossas vontades ou nos dando o máximo do respeito?

Ah, os tais contatos físicos... você nunca pensou em ter nada com aquele amiguinho. Ele é quem a entende, ouve suas choradeiras e é responsável pela sua rápida recuperação. Por vezes, para cair nos braços de outro. E nem sempre era isso que o seu fiel escudeiro gostaria que acontecesse. Mas ele vê isso acontecer calado, porque o que mais lhe importa é que você, doce amiguinha, esteja bem, mesmo que de mãos dadas com outro. Mas ai... “vamos ver filme?” (não sei qual o poder da película sobre nossos hormônios, mas de repente o fato de um braço encostar no outro pode causar faíscas... ou a impressão de que o ombro alheio é melhor que aquele travesseiro/poltrona torna-se cada vez mais nítida). Ou então o “ai, tô com os pés cansados” (sugerindo que o outro lhe faça uma massagem) pode ter efeito fatalmente devastador.

Carência? Oportunidade? Ou enfim coragem para baixar a guarda e perceber que quem está ao nosso ladinho pode ser uma boa idéia?

Algumas vezes nem somos tão inocentes. Até falamos pros outros: “fui pega de surpresa, sempre o vi como amigo!”, mas na verdade sempre soubemos que o fulaninho-best-friend era ansioso por uma pequena oportunidade a ser dada por nós. Aquelas ligações para saber como estamos ou a ciumeira em relação aos nossos novos affairs não era tão somente zelo... era uma vontade de cuidar do outro de outra forma, às vezes declarada, outras negadas pelo próprio ciumento. E quem recebe essa devoção? Pode ser mais simples fazer aquela “cara de quarta-feira à tarde”, e seguir desfrutando da excelente companhia ( e quarta-feira à tarde tem cara de quê? Ai eu te pergunto!!! Cara de quê, pela mãe do guarda! Cara de algo tão sem descrição como a que fazemos quando percebemos um carinhozinho a mais pelo amigo e não sabemos o que de fato deve ser retribuído...)

E sobre a tal ansiedade... um belo dia você resolveu “desistir de resistir” . E agora? Será uma ficadinha casual? Amanhã se encontram e se cumprimentam com dois fatídicos beijinhos na bochecha (que na verdade são no ar!)? Continuam falando dos casinhos que cada um tem? Você vai conseguir mentir pra ele? Lembre-se que ele sabe que aquele cara da academia “véve” dando em cima de você e que você já confessou não ter mais tantas forças para resistir... Falo aqui de amigos que são realmente próximos, que sabem de boa parcela da vida do outro (como sempre digo: “tudo não, porque tudo é muita coisa"). Surge o medo por se sentir incapaz de magoar o outro, por saber como seu agora-parzinho vai reagir com determinadas situações de relacionamento, e por haver uma inevitável expectativa (do casal-amigo e dos outros que sempre disseram:”esses dois, esses dois...”). E se não der certo? “Não quero perder a amizade dessa pessoa tão especial”- bradamos.

O que tenho percebido é que amizades têm prazo de validade, ou atividade cíclica, como doenças que alternam entre remissão e exacerbação... Num determinado momento da vida pode ter certeza que o contato não seria/será o mesmo. O beneficio da dúvida (“será que ia dar certo?”) pode ser vantajoso. Ou massacrante.



*** Jarabe de Palo tem esse tema recorrente em suas composições. Não deve deixar escapar uma amiguinha mais ajeitadinha do seu abatedouro... Vide “Menos que un amor, más que un amigo” e “Água”.

8 comentários:

Ana Chaves disse...

Ler esse texto me fez lembrar de uma situação que já me aconteceu há um tempo atrás.
Ahh o "best-friend"...
No começo foi tudo tão estranho... Não sabia nem como olhar pra ele, o que falar pra ele, como agir com ele... Foi complicado! E como foi!
Mas acabamos namorando uns meses (juntando tudo, pq na verdade isso durou uns dois anos. Mas as idas e vindas foram inúmeras).
Terminamos numa boa e hoje continuamos amigos. Não como antes, claro! Talvez seja pela distância que nos separa. Talvez não. Não sei...
Mas de uma coisa eu tenho certeza: FOI TÃO BOMMMMMMM!!! hahaha

Anônimo disse...

é, fato. um ser tipo melhor amigo não pode ser casinho. ou vira namorado, sem encanações, ou continua amigo pra sempre!

adorei o texto!
beijos.

Anônimo disse...

bem...eu sou suspeita para falar de amizades, pq SEMPRE rolou alguma coisa entre meus amigos e eu (raríssimas exceções!). aliás, minha filha é fruto de uma amizade despretensiosa!!! huiahuiahuiahuiahuiahuia

mas concordo que amizade entre homem e mulher não existe...só se um dos dois for MUITO FEIO!!!! (hahahahah eu sou podre, né?)

eu até poderia fazer um discurso bacana, até pq prefiro amizades masculinas, mas analisando no curto e grosso, homem e mulher muito grudados sempre rola mais q pura amizade...até pq a gente tá doida pra achar nossa alma gêmea, não é verdade? e não seria lindo se fosse aquele amigo que a gente adora?

Anônimo disse...

Oi prima, rsss. Adorei o texto. Acho que todo mundo já viveu momentos de dúvida em relação a algum amigo. Mas acho que não se pode generalizar. Existem amigos e amigos. Há aqueles com quem vc imagina o algo mais e os que não imagina.. e não acho que seja questão de beleza. :-)
Bjos.

Unknown disse...

Opss!!

Meu voto é que depende do grau de amalgamento! eheheh Manter uma amizade mais superficial com certos indivíduos do sexo masculino (de preferência, vários) é até legal e saudável, pq proporciona um estudo do comportamento desses seres. Eles são sinceros e falam mesmoooo! Se são amigos, claro. Se tiverem interesse em vc, aí é outra história.

Amizade entranhada d+ é que pesa. Se vc namora o amigo e o negócio acaba, ou vc perde a amizade, ou ela nunca mais será a mesma. Se vc não namora o amigo e ele arruma outra (ou vc outro), ou vc perde a amizade, ou ela nunca mais será a mesma. Comigo já aconteceu as duas coisas. Blé!

Se namorar o amigo e der certo, case-se e seja feliz para sempre. ahahah

E essa tua estada em Recife vai acabar rendendo um livro... eheheh

Dani Amorim disse...

POizé!
Tem as classificacoes:
1- amigo que vc nunca imaginou que seria mais q amigo
2- amigo que vc sempre fingiu nao perceber que ele queria se "estranhar" com vc
3- amigo superficial (esses sao os melhores para ter como presa) hahahaha
4- E mais algumas variacoes que to com preguiça de descrever.
*Dani Means-Leribisca: qdo o amiguim eh fêi, fia... bem mais fácil de contornar. E qdo mermansim acontece? Ai, fia... é FUODETO de sodio! hahaahha
*Maga-Ismenia... So se eu lançar o livro na Cultura de SP, com a cobertura da Caras, Veja, Contigo, Epoca, Quem acontece e ainda sair no Amauri Jr!
(to ate pensando na cor do meu vestido... ) hahaha

Anônimo disse...

oi dani. o q acontece: eu ñ passei o link do blog pra ngm q eu conheça pessoalmente.
exceto a bibi do solteiras, pq a conheci depois por coincidência.
então, escrevo tranquilamente por isso. como um diário mesmo.
eu sei como é complicado vc falar de coisas pessoais assim, com todo mundo vendo. mas é como um "blogueiros anônimos". eheheh

mas, se vc quer falar, fala! se entenderem o recado, melhor!
beijocas!

Surfista disse...

Sou partidário da amizade colorida, desde que apreciada com moderação. Mas em todo caso: tem um home, tem uma mulher e tem muito nhémnhémnhém, vai rolar uns pegas cedo ou tarde.

Não tenho mais a acrescentar, afinal já me aprofundei nesse assunto lá no Caixa Preta.